AUTORAS: Amanda Lindhout | Sara Corbett
EDITORA NOVO CONCEITO
SELO NOVO CONCEITO
Edição: 1
Páginas: 448
CATEGORIA: NÃO FICÇÃO
Assunto: AUTO-BIOGRAFIA
ISBN: 978-85-8163-303-9
Oi leitores do blog Alegria de Viver, hoje tenho uma leitura que vai mexer com todos que tiverem a coragem de ler, mas logo aviso que a sua coragem vai ser pequena diante de tudo que a Amanda passou.
Vamos do início, a Amanda é uma jornalista humanitária canadense que foi sequestrada na Somália e ficou como refém durante 460 dias. Isso mesmo, vocês estão lendo corretamente, foram 460 dias mantida em cativeiro. Ela resolveu nos contar sua experiência.
Amanda cresceu em um lar violento, sua mãe só se envolvia com caras violentos, e mesmo não tendo relatado nenhuma agressão a ela ou a seus irmãos, eles no entanto sempre presenciavam e ouviam as intermináveis brigas que sua mãe tinha com os namorados.
Seu pai morava com um outro homem, e para superar e até mesmo esquecer o pequeno inferno que vivia, ela se perdia no mundo descrito nas páginas das revistas National Geographic.
Quando completou 19 anos, foi morar com um namorado e arranjou um emprego de garçonete em baladas luxuosas. Poupando todas as suas gorjetas, ela aos 24 anos começou a realizar seu sonho de conhecer o mundo. Mas ela não queria simplesmente conhecer o mundo, ela queria entender o mundo em que vivia e então ter uma vida com algum significado. Para que isso acontecesse, ela viajou a várias zonas de conflitos. Com um mochilão nas costas e muita coragem na bagagem, ela foi para diversos países, como Afeganistão, Bagdá, Síria, Paquistão entre outros.
No meio destas viagens, começou a trabalhar como repórter e a contar o que via por onde passava. Mesmo com os constantes pedidos de sua mãe, ela não desistia de suas viagens e sempre estava com o perigo batendo em seu cangote. Mas como todo jovem, ela não acreditava que alguma coisa de ruim pudesse acontecer com ela.
Foi então que em agosto 2008 ela viajou para a Somália, conhecido como o lugar mais perigoso do mundo. Com sua mochila nas costas, ela, seu ex namorado, um tradutor e um guia foram conhecer um campo de refugiados mantido por uma médica humanitária. Mas eles não chegaram ao seu destino, foram sequestrados no meio do caminho. Foi então que começou o calvário de Amanda. Se no início ela pensava que tudo se tratava de um mal entendido e que tudo se resolveria rapidamente, ela aos poucos foi percebendo que sua situação não era nada boa. Ela estava presa, nas mãos de uns rebeldes, em um país muçulmano onde as mulheres não tinham voz para nada. As coisas só pioravam, ela era a única mulher no meio de um bando de homens, e o preço que pediram de resgate era de 1 milhão! Dinheiro este que sua família não tinha nem onde arranjar.

Para se proteger um pouco, ela decidiu virar muçulmana, e junto com Nigel (seu ex namorado) acabaram se convertendo. Mas isso não adiantou em nada, Amanda foi vítima de surras, espancamentos e estupros. Viveu um inferno enquanto esteve presa. Pensou em desistir e se matar, mas nunca realmente tentou. Enfrentou o medo, a fome, as humilhações, as noites mal dormidas, as febres e um sem número de fatos que só lendo para saber. Para se manter viva, ela buscou a fé. Para se manter sã, ela passou a construir várias casas imaginárias, e era lá que ela ia quando queria se desligar do que acontecia com ela mesma. Prometeu a si mesma que sairia dali e que se tornaria uma pessoa melhor.
Ajudaria a quem precisasse. Em 25 de outubro de 2009, ela foi solta depois que seu resgate foi pago, e desde então, mantém uma carreira filantrópica. Em 2010, fundou a Lindhout Fundação Global Enriquecimento para criar mais oportunidades na Somália, oferecendo bolsas de estudos universitários para as mulheres.

Um livro forte, impactante, que nos leva às lágrimas. Eu fiquei muito triste enquanto lia o relato da Amanda. Fiquei triste, revoltada, tive raiva, ódio, medo... Um conjunto de emoções que me consumiram, que me fizeram acreditar que a humanidade realmente é um caso perdido. Homens que matam homens em nome de uma fé e de um Deus que eu tenho certeza não queria ou quer nada disso.
Eu não sei como a Amanda conseguiu sobreviver a tudo que passou, eu acho que não conseguiria, que teria desistido de tudo.
Amanda é forte e guerreira, como toda mulher.
Ela foi a única coisa que ainda me fez manter a fé, pois é o mínimo que eu poderia fazer depois que terminei a leitura, além de chorar...
SOBRE AS AUTORAS:
Amanda Lindhout é fundadora da Global Enrichment Foundation (Fundação para o Enriquecimento Global), uma organização sem fins lucrativos que apoia iniciativas para o desenvolvimento, ajuda humanitária e educação na Somália e no Quênia
Sara é colaboradora da The New York Times Magazine. Seus trabalhos também apareceram em publicações como National Geographic, Elle, Outside, Oprah Magazine, Esquire e Mother Jones.

Nossa Rose, intenso o livro, né?
Agradeço sua resenha, obrigada!
Cortesia Editora Novo Conceito!
cheirinhos
Rudy
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